É Tudo Verdade - 20° FESTIVAL INTERNACIONAL DE DOCUMENTÁRIOS 2015
Documentário Orestes – Autor: Rodrigo Siqueira
Por Sandra Domingues
Em fevereiro de 2013 fui convidada para participar do Elenco do Filme “Orestes”, que mistura ficção com realidade.
Foi uma experiência muito difícil, visto que estava em meio a pessoas dos “Direitos Humanos”, vítimas, torturadas e familiares de vítimas que foram mortas, na época da Ditadura. Também participaram da trama familiares de vítimas, de “supostos” marginais, mortos por policiais, sendo que um dos casos, acompanhados pelo Grupo Justiça é o que se Busca, era do filho do Daniel Eustaquio de Oliveira, que conseguiu provar a inocência do filho César, morto em 2012, sendo que os 6 PMs acusados foram julgados e condenados em janeiro desse ano, e eu, que defendia as vítimas de: Homicídio, Latrocínio, Tortura, Trânsito, Erro Médico, Bala Perdida…enfim, vítimas da violência.
Foi uma experiência muito difícil, visto que estava em meio a pessoas dos “Direitos Humanos”, vítimas, torturadas e familiares de vítimas que foram mortas, na época da Ditadura. Também participaram da trama familiares de vítimas, de “supostos” marginais, mortos por policiais, sendo que um dos casos, acompanhados pelo Grupo Justiça é o que se Busca, era do filho do Daniel Eustaquio de Oliveira, que conseguiu provar a inocência do filho César, morto em 2012, sendo que os 6 PMs acusados foram julgados e condenados em janeiro desse ano, e eu, que defendia as vítimas de: Homicídio, Latrocínio, Tortura, Trânsito, Erro Médico, Bala Perdida…enfim, vítimas da violência.
Foram 4 finais de semana de gravação, um mês, que mais pareceu um ano…e mexeu demais com todos os participantes, pois cada um, dentro da sua ótica, enxergava a situação de uma maneira diferente. Atuei representando a dor de 400 famílias, de casos acompanhados pelo Grupo e tomei como minha a dor de cada pai, cada mãe, que ali defendia, citando em especial o caso das 12 crianças mortas dentro de uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro.
Foi sem duvida, uma experiência muito difícil, mas agradeço o convite do Rodrigo Siqueira e o carinho de todos os participantes, em especial à Marisa Greeb e José Roberto Michelazzo, que ao final da dramaturgia entenderam a minha posição, uma vez que fui totalmente coerente e fiel as minhas convicções e àquilo que acredito e defendo, ainda que não tenha conseguido retratar com fidelidade o meu “ponto de vista” sobre a Pena de Morte.
Hoje, passados 2 anos, mais amadurecida e “machucada”, não sei se a minha atuação seria a mesma, até porque, hoje sei que de fato “armas são plantadas” nas mãos de “inocentes”, além de entender que a dor do outro não pode ser a minha, que eu posso sim ajudar…sem carregar a cruz, que cabe a cada um. Que posso ser amiga e solidária, sem me envolver emocionalmente com o drama da família, afim de evitar, além de sofrimentos que não me pertencem, a dor da ingratidão!
O longa metragem misturou ficção e realidade, inventando um crime a partir de fatos reais e o levou a um debate público e a tribunais do júri simulados. O documentário, com cenas nada ensaiadas, foi gravado no prédio vazio do DOI-Codi de São Paulo e no Teatro Taib, no Bom Retiro.
O filme foi exibido dentro da mostra competitiva de longas metragens do festival É Tudo Verdade, no Rio e em São Paulo. No Rio, nos dias 14 e 15 e em São Paulo nesta sexta-feira (17), sendo reprisado hoje (18). E foi um sucesso, auditório lotado nos dois dias de apresentação. Parabéns Rodrigo Siqueira e sua brilhante equipe.
Agradeço a todos os amigos que compareceram e prestigiaram minha atuação no filme.
SINOPSE: A filha de uma militante política traída e executada, um policial, uma defensora da pena de morte, um ex-preso político, pais que perderam seus filhos, um advogado, um promotor e uma enfermeira que lida diariamente com o resultado da violência são alguns dos personagens que se confrontam nesta reflexão sobre os mecanismos da justiça e as possibilidades de resgate das culpas e dívidas de várias gerações. Fantasmas da ditadura, posições antagônicas sobre responsabilidade, ética e punição e os próprios ritos, tanto dos tribunais como da tragédia grega, são passados no fio da navalha.
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