Promotor de Justiça André Luiz Bogado Cunha
Nossos agradecimentos ao brilhante trabalho exercido pelo promotor de Justiça, Dr. André Luiz Bogado Cunha, que atuou nos dias 26 e 27 de março de 2012, no julgamento de Ismael Vieira da Silva, assassino confesso do jovem Alexandre Andrade Reys, filho do nosso amigo de dor e luta Heitor Reys, presidente da AFVV (Associação das Famílias Vítimas de Violência) de Mato Grosso, assassinado aos 18 anos, no dia 23 de maio de 2008, durante uma briga de trânsito no Jabaquara, zona Sul de São Paulo.
O Júri popular teve inicio às 13h do dia 26 de março, sendo realizado no Fórum da Barra Funda, na capital de São Paulo, plenário 8.
Depois de quase 4 anos de Impunidade, 3 júris adiados, muita luta e sofrimento, enfim a família de Alexandre Reys pode ver a justiça ser feita. No dia 27 de março, às 22h30m, Ismael Vieira da Silva foi condenado pelo Tribunal do Júri, a 21 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, sendo que a condenação foi; 18 anos pelo homicídio e 3 anos e 4 meses de reclusão, além de 12 dias multa, por porte ilegal de arma de fogo.
O réu, que aguardou o julgamento durante esses 4 anos em liberdade, teve a prisão preventiva decretada e saiu algemado do Fórum, sendo conduzido ao presídio, uma vez que o pedido de Habeas Corpus preventivo, impenetrado pela defesa, foi negado.
Estendemos nossos agradecimentos e cumprimentos ao assistente de acusação Dr. Luiz Laurenberg Eubank Arruda e ao Meritíssimo Doutor Juiz Bruno Ronchetti de Castro que aplicou a pena mediante o crime hediondo cometido, por motivo fútil e ainda por tratar-se de um assassino em potencial, decretou a prisão do réu, que até então respondia o processo, desde a data do crime, em liberdade.
O julgamento foi muito tenso, a defesa tentou a todo instante se valer de suas artimanhas e manobras para tentar anular, pela 4ª vez, o júri, desacatou o excelentíssimo juiz, alegando que o mesmo estava agindo com parcialidade, além de ofender por várias vezes o ministério público, ameaçou deixar o plenário e ir embora, como fez no último julgamento, que acabou sendo suspenso. Foi muito cansativo, porém tanto ministério público, quanto o juiz, não se deixaram levar pelo joguinho da defesa e conduziram o julgamento de forma exemplar!
Tomei um cartão vermelho, quase nos 45 minutos do segundo tempo...mas não consegui me conter ao ouvir o advogado de defesa, na tréplica, ler um texto da Revista Época, de outubro de 2002, onde um determinado "advogado renomado" dizia que se arrependia das vezes que havia atuado na acusação e em nenhuma das vezes que atuou na defesa, pois cadeia não recupera ninguém...olhou para os jurados e afirmou "cadeia não é a solução". Nessa hora não me segurei e sugeri então que ele o levasse para sua casa.
Fui advertida pelo Juiz e o mesmo ordenou que eu me retirasse do plenário, uma vez que havia nos orientado a não nos manifestarmos, porém depois de 5 minutos ordenou aos policias que me deixassem voltar para assistir a leitura da sentença e antes da mesma nos parabenizou pelo trabalho que estamos desenvolvendo com as famílias, vítimas de violência, acompanhado os julgamentos e nos pediu para que lutássemos também pela Revisão do Código Penal, principalmente no que diz respeito ao 1º Tribunal do Júri, para que o Juiz possa ter maior autonomia e não ficar a mercê das artimanhas da defesa, como por exemplo, criar-se leis que impeçam o cancelamento do júri; que o julgamento seja gravado; que haja uma maior atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), no que diz respeito a acompanhar o orçamento destinado ao tribunal, para que seja possível melhorias que visem um maior conforto aos jurados, oficiais da justiça e pessoas que participam do plenário, sugestões essas que serão encaminhadas à deputada federal Keiko Ota, que além de ser a presidente do UDVV (União em Defesa das Vítimas de Violência), é também a responsável pela Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas de Violência.
Fui advertida pelo Juiz e o mesmo ordenou que eu me retirasse do plenário, uma vez que havia nos orientado a não nos manifestarmos, porém depois de 5 minutos ordenou aos policias que me deixassem voltar para assistir a leitura da sentença e antes da mesma nos parabenizou pelo trabalho que estamos desenvolvendo com as famílias, vítimas de violência, acompanhado os julgamentos e nos pediu para que lutássemos também pela Revisão do Código Penal, principalmente no que diz respeito ao 1º Tribunal do Júri, para que o Juiz possa ter maior autonomia e não ficar a mercê das artimanhas da defesa, como por exemplo, criar-se leis que impeçam o cancelamento do júri; que o julgamento seja gravado; que haja uma maior atuação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), no que diz respeito a acompanhar o orçamento destinado ao tribunal, para que seja possível melhorias que visem um maior conforto aos jurados, oficiais da justiça e pessoas que participam do plenário, sugestões essas que serão encaminhadas à deputada federal Keiko Ota, que além de ser a presidente do UDVV (União em Defesa das Vítimas de Violência), é também a responsável pela Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas de Violência.
Dessa vez, a sensação foi a de Justiça feita, porém com o coração apertado, ao saber que um jovem inocente de apenas 18 anos, perdeu a vida por motivo fútil e outro, hoje de apenas 27 anos, estragou sua vida ao adquirir de forma ilegal uma arma e fazer uso da mesma, tirando a vida de um inocente, por causa de uma briga de trânsito. Infelizmente foi esse o caminho que o réu traçou para sua vida e a do jovem Alexandre Reys não tem volta!
Que a condenação de Ismael sirva de exemplo para outros jovens não banalizarem a vida e o ser humano; que o tempo no qual passará recluso sirva-lhe de reflexão; que enfim a família da vítima possa ter um pouco de tranquilidade, vendo a justiça ser feita e por fim; que o jovem Alexandre descanse em paz!
Nossos agradecimentos também a todos os amigos de luta, integrantes do UDVV (União em Defesa das Vítimas de Violência), presidido pela deputada federal Keiko Ota, que estiveram presentes, nesses dois dias, acompanhando o julgamento e solidários à família da vítima.
O UDVV é formado por familiares de vítimas, ativistas e movimentos que lutam por Paz e Justiça:
Dentre eles estiveram presentes:
Familiares do jovem Alexandre Andrade Reys; Avó Malu; mãe Thays Silva Andrade, tias Claudia e Sylvana Pivotto; o pai Heitor Reys, presidente da AFVV(Associação de Familiares de Vítimas de Violência)-MT;
Sr. Masataka Ota e Roberto Sekiya, representando o Movimento Ives Ota-SP;
Sandra Domingues, representando o Movimento Gabriela Sou da Paz-RJ;
Clóvis, representando o Movimento Justiça Brasil-ES;
Pedro Amadeu Dos Passos, representando a ONG Cure o Mundo;
Lucilene Isabel, representando o MOBEM (Movimento Basta com Erros Médicos);
Marta Consoli, mãe de Bianca Consoli;
Maria do Carmo Maciel, mãe do pequeno Nicollas Maciel Franco, com Aparecido;
Juliane Oliveira.
Quanto a mídia...
E como não poderia de deixar de fazer o meu protesto, aproveito para ressaltar o que mencionei dias atrás sobre a questão de casos esquecidos pela mídia.
Mais uma vez a mídia não estava presente, apesar de ter sido amplamente divulgado nas redes sociais, enviado sugestões de pauta por e-mail, então reforço a tese que, diferente do que somos tachados, "aqueles que só aparecem em casos midiáticos", a mídia só nos enxerga nos casos midiáticos, pois é onde eles estão. Nos "pequenos", àqueles esquecidos pela mídia e sociedade, passadas algumas semanas da tragédia, somente os familiares das vítimas e nós é quem estamos presentes! Porém a dor de um pai e uma mãe que perdem o filho para a violência é a mesma...sem distinção!
Links Relacionados:
Assassino de Alexandre Andrade Reyes vai à julgamento pela 4ª vez
JULGAMENTO DO ACUSADO DE ASSASSINAR ALEXANDRE REYES
Juliane Oliveira.
Quanto a mídia...
E como não poderia de deixar de fazer o meu protesto, aproveito para ressaltar o que mencionei dias atrás sobre a questão de casos esquecidos pela mídia.
Mais uma vez a mídia não estava presente, apesar de ter sido amplamente divulgado nas redes sociais, enviado sugestões de pauta por e-mail, então reforço a tese que, diferente do que somos tachados, "aqueles que só aparecem em casos midiáticos", a mídia só nos enxerga nos casos midiáticos, pois é onde eles estão. Nos "pequenos", àqueles esquecidos pela mídia e sociedade, passadas algumas semanas da tragédia, somente os familiares das vítimas e nós é quem estamos presentes! Porém a dor de um pai e uma mãe que perdem o filho para a violência é a mesma...sem distinção!
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Assassino de Alexandre Andrade Reyes vai à julgamento pela 4ª vez
JULGAMENTO DO ACUSADO DE ASSASSINAR ALEXANDRE REYES
Hoje para você ser doar para um próximo é algo muito difícil, pois a maioria das pessoas se preocupam com ela mesmo, Então gostaria de agradecer e da o Parabéns a Sandra Domingues , uma pessoa que tem todos os problemas que todos nós temos mais com uma única diferença, Ser solidária e ter um enorme amor ao próximo.
ResponderExcluirParabéns Sandra Domingues,
ResponderExcluira quem com muito orgulho chamo de amiga !
Com maestria discorreu todo o ocorrido neste julgamento, do qual vergonhosamente a defesa tentou se valer da fracassada lei deste país.
Ainda te parabenizo pela coragem de se manifestar onde "não deveria", pois só quem tem coragem e trabalha em meio a tanta dor se levantaria para defender diante de tamanho disparate.
Envergonho-me do rumo que alguns profissionais da área de Direito tem tomado, pois visionando unico e exclusivamente o dinheiro,
tornan-se inconvenientes, impertinentes e IMORAIS ao tentar a qualquer custo defender o indefensável pensando apenas em seus bolsos e esquecendo-se
que amanhã poderá ser um familiar seu em nosso lugar ...
Pois,
haveriam de jamais esquecer que A SEMEADURA É LIVRE, MAS A COLHEITA É OBRIGATÓRIA !
E por último o papel da mídia:
SEM COMENTÁRIOS !
Pq tanto para uns e nada para outros ?????????
Todo assassinato tem sua representatividade de igual teor,
e veja a importância deste julgamento onde vimos com MUITA SATISFAÇÃO o CONDENADO SAIR ALGEMADO !
ISTO SIM DEVERIA SER NOTICIADO !
JUSTIÇA BRASIL !!!