sexta-feira, 15 de agosto de 2014

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Justiça feita pelas irmãs Renata e Roberta Yoshifusa

O Estuprador Assassino das irmãs Renata e Roberta Yoshifusa foi condenado a 57 anos de prisão

Por Sandra Domingues, com informações do G1 e Diário de Mogi

Antônio Carlos Rodrigues Silva Júnior
, mais conhecido como Tartaruga, foi condenado a 57 anos de prisão por estuprar e matar a facadas Renata de Cássia Yoshifusa, de 21 anos, e Roberta Yuri Yoshifusa, de 16 anos. A sessão do júri teve início às 13:30 e terminou às 21:03 com a leitura da sentença pelo juiz Fred Lourenço Ruiz. 

O júri foi formado por seis homens e uma mulher. O defensor público Elias Paz, advogado de Tartaruga, descartou três jurados, duas eram mulheres. O promotor Leandro Lippi Guimarães, que junto com o também promotor Luis Felipe Delamain Buratto integrou a acusação, sugeriu que o motivo de tê-las dispensado foi porque estariam mais voltadas à condenação do réu, o que seria ruim para a defesa. Paz e os advogados José Edilson Ferreira de Almeida e Silvia Regina Carvalho Pinto, na representação do acusado, negaram. “Doutor, eu tenho a opção de três negativas sem justificativas”, comentou. Lippi retrucou: “O senhor só aceitou a única mulher porque as duas opções restantes eram descendentes de japoneses. Isso não era bom para as suas argumentações também”, disse.

Foram ouvidas três testemunhas: o delegado titular do Setor de Homicídios da Seccional de Mogi, Luiz Roberto Billó, o pai das garotas, Nelson Yoshifusa, e o médico legista Zeno Morrone, que fez os exames de necropsia no Instituto Médico Legal (IML) da Cidade.

O empresário Sérgio Yoshifusa, tio das vítimas, diz que esse foi dia que nós esperávamos por muito tempo "Queriamos a pena máxima. para a família deveria ser prisão perpétua ou que se não tivesse nenhum benefício. São 57 anos, mas sabemos que ele terá benefício", disse.
O advogado de defesa, Elias Paz, ainda irá avaliar se recorrerá da sentença. "Já esperávamos esses anos de condenação. Agora precisamos ver se o réu vai querer recorrer", disse.

Movimentação

Desde a manhã, uma fila se formou na frente do fórum de Mogi das Cruzes de interessados em assistir ao julgamento. A estudante de direito, Jessica Alves Barbosa, era a primeira da fila. Ela chegou no fórum às 8h na esperança de conseguir uma senha para assistir ao júri. "Vim porque precisamos para o curso assistir a um júri e também pela repercussão.Quando tudo aconteceu eu estava no primeiro ano de direito."
Familiares e amigos das irmãs levaram faixas com as fotos de Renata e Roberta. A irmã de Rita de Cássia Damasceno Yoshifusa, mãe das meninas, segurava uma faixa pedindo justiça para a morte das sobrinhas. "Naquele dia eu estava na escola. Quando cheguei em casa meu pai estava passando mal quando soube. Hoje não tenho nem o que falar. É muito triste e difícil", desabafa Rafaela Regina Damasceno.

Sandra Domingues é presidente de uma organização não-governamental (ONG) formada por familiares de vítimas de violência e ativistas. Ela também estava no fórum de Mogi das Cruzes. "O Nelson e a Rita também fazem parte da ONG Justiça é o que se Busca. Diante da brutalidade, covardia e traição, pena máxima é o mínimo que se espera."

Laudímia Corrêa, também da ONG e criadora da página no Facebook que pedia pena máxima para as irmãs Yoshifusa, veio do Rio de Janeiro, especialmente para assistir o júri e prestar apoio e solidariedade à família das vítimas.

Arte: Laudímia Corrêa
Entenda o caso

Na noite do dia 11 de novembro de 2011, Renata de Cássia Yoshifusa, de 21 anos, e Roberta Yuri Yoshifusa, de 16 anos, foram mortas a facadas. O crime ocorreu na casa da família, no bairro Vila Oliveira, área nobre de Mogi das Cruzes. Foi o pai das meninas, Nelson Yoshifusa, que as encontrou mortas na cozinha, assim que chegou do trabalho.
“Ele me ligou desesperado assim que chegou em casa. Foi uma ligação rápida, no máximo 2 minutos. A única coisa que falava era que as filhas tinham sido assassinadas. Fui correndo pra lá e quando cheguei vi aquela cena chocante”, diz Francisco Del Poente, delegado e amigo de Nelson, que ajudou nas investigações. No dia seguinte, Antônio Carlos Rodrigues Silva Júnior, de 30 anos, confessou o crime à polícia. "Ele demonstrou ser uma pessoa fria, e em nenhum momento pareceu arrependido”, conta Del Poente.
Além de esfaquear as jovens, o pintor também é acusado de estuprá-las. Laudos comprovaram a violência sexual. Antes de confessar o crime, o acusado deu uma primeira versão: a de que a casa havia sido invadida por três homens. Ele mostrou cortes no corpo para provar a luta corporal com os criminosos. A tese, no entanto, foi descartada pela polícia. Tartaruga permanece no presídio de Tremembé, município do Vale do Paraíba, e está preso desde o crime. 



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