sábado, 29 de novembro de 2014

0

E agora Cristiane Renata Coelho Severino? Justiça sendo feita....seu lugar é na cadeia

Arte: Solange Vieira

Por Sandra Domingues 

Durante todo o tempo que o subtenente Lewdo Bezerra foi, de forma cruel e desumana, apontado pela imprensa do Nordeste como o responsável por essa tragédia, e retalhado nos comentários das notícias e nas redes sociais, pela opinião pública, estando ele em coma e não podendo se defender, fomos a voz dele. Depois de 17 dias acompanhando esse caso, enfim podemos respirar mais aliviados, com o subtenente Lewdo fora de risco e à verdade vindo à tona. Agora nossa luta é para que a Justiça seja feita pelo pequeno Lewdo Ricardo

Da notícia

Subtenente prestou depoimento e forneceu informações que mudam o olhar dos investigadores do caso 

De acusado de agredir a mulher e matar o filho a supostamente vítima de tentativa de homicídio. O depoimento prestado ontem pelo subtenente do Exército Brasileiro (EB), Francilewdo Bezerra Severino, mudou o ângulo de visão dos investigadores sobre o caso da morte do menino Lewdo Ricardo Coelho Severino, de nove anos.

De acordo com o delegado titular do 16º DP (Dias Macêdo), Wilder Brito Sobreira, as informações do subtenente divergem das que foram prestadas em depoimento pela esposa, Cristiane Renata Coelho Severino. Desta forma, o caso ganha uma reviravolta e a mulher, até então tratada como vítima, passa a suspeita de envenenar filho e marido.

"Para a Polícia, hoje, Cristiane inverte a condição que ela tinha de vítima e passa a ser uma suspeita em potencial. Ela passa a ter as características de que pode vir a ter cometido esse crime. Não estamos afirmando, estamos dizendo que a partir de agora temos outras hipóteses a trabalhar. E nós não vamos deixar de trabalhar qualquer que seja a hipótese" afirmou Sobreira, na saída do Hospital Geral do Exército, na noite de ontem.

O delegado justificou que o depoimento prestado por Francilewdo, ainda na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital, mudou a ótica do caso. O procedimento teve início às 15h e só se encerrou às 18h30.
"Ouvimos a versão dele e, para mim, teve aproveitamento fabuloso. Ele nega veementemente toda a versão da esposa, diz que nunca a espancou, não matou o filho e nem tentou contra a própria vida. Ele traçou toda a rotina dele durante o dia", contou o presidente do inquérito.

Divergências
Para Sobreira, há pontos que não se encaixam nos dois depoimentos tomados. Isto gerou dúvidas no investigador.
"O subtenente conta que teria feito compras no supermercado, não às 17h como a esposa havia dito, mas em torno de 20h ou 21h. Depois, chegou em casa, deitou na rede e foi assistir a um jogo de futebol americano. Aí, ficou 'fora do ar'. Não sabe se comeu alguma coisa, se bebeu alguma coisa", disse.
Apesar de ter ficado inconsciente e não lembrar do que aconteceu exatamente quando ingeriu o veneno, Francilewdo forneceu detalhes que intrigaram a Polícia. Estas informações citam, por exemplo, a polêmica em torno da alteração da postagem feita no perfil do militar na rede social Facebook, supostamente justificando o crime.
"Ele foi envenenado, não pode falar do que não viu. Posso dizer que ele tocou em pontos de relevância. Disse que ela (Cristiane) tinha a senha do Facebook dele, e que ela postava (no perfil). Deu uma série de dados que derrubam algumas informações que ela me deu por ocasião do depoimento. Agora vamos analisar e ver as próximas medidas que vamos adotar", pontuou.

Seguro de vida 
Segundo o delegado, ao ser perguntado se havia alguém que se beneficiaria com a sua morte, o subtenente apontou a mulher como beneficiária direta. "Ele disse que além dos soldos, ela receberia um seguro do Exército que hoje está em torno de R$ 153 mil e ainda um outro seguro em nome do filho", diz. O delegado disse, ainda, que o casal passava por problemas no casamento "mas nada que justificasse tentativa de assassinato", diz.

Preso
Apesar da reviravolta, o subtenente permanece na condição de preso em flagrante pelos crimes de homicídio e lesão corporal (violência doméstica).
"Tecnicamente, Francilewdo permanece preso, mas se me indagar por elementos para dizer que ele assassinou o filho, dopou e espancou a mulher e atentou contra a própria vida, eu diria que os argumentos são falhos, não contundentes. Há coisas a se questionar", ponderou.
Sobre o fato de o militar permanecer na condição de preso, o delegado afirmou que "é função da defesa, Ministério Público, observar este fato, e a juíza dizer que não tem elementos e fazer o relaxamento da prisão. O delegado não tem a função de pedir relaxamento de prisão", exclamou Sobreira.

O advogado que representa o subtenente, Walmir Medeiros, garantiu que pedirá o relaxamento da prisão do militar.
"Vamos pedir a soltura dele já que agora não restam mais dúvidas, há certeza absoluta de que não foi ele (quem cometeu os crimes). O delegado viu todos os pontos e, as dúvidas que tinha, se desfizeram", frisou.


Medeiros sugere que a esposa do subtenente do Exército seja apontada pela Justiça como responsável pelos crimes e que, com isso, seja presa. O advogado de Francilewdo diz, ainda, que a guarda do outro filho do casal, de cinco anos, que foi levado por Cristiane para Recife, seja tomada pela Justiça. Para o advogado, a mulher representa risco para a segurança da criança.

"A partir de segunda-feira a defesa vai provocar que ela seja presa pois, para a defesa, não há mais dúvidas. A opinião pública se convenceu que foi ela. O delegado não disse com todas as letras mas indicou que é ela a culpada. Ela está cuidando de uma criança que, para a defesa, está em risco", afirmou o advogado.

Fonte: Diário do Nordeste e G1


Nenhum comentário:

Postar um comentário