quinta-feira, 21 de novembro de 2013

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Parentes de vítimas de violência se reuniram para exigir mudanças no Código Penal


UM DIA A MAIS COM NOSSOS FILHOS

Evento realizado pela ONG Justiça é o que se Busca.

Pessoas que vários cantos do Brasil se reuniram, no sábado de 19/10/2013, em homenagem ao jovem Luis Paulo Oliveira Barbosa que completaria 23 anos na próxima segunda-feira (21). Adriana Oliveira Barbosa e José Antonio Barbosa, pais do jovem assassinado, muito emocionados, agradeceram a presença de todos e desabafaram: “A gente quer que alguém escute o nosso grito, um pedido de ajuda, porque todo dia a gente liga a televisão e a gente vê uma mãe, um pai se debruçando em cima de um caixão de um filho e ninguém faz nada”.


O evento denominado “Um dia a mais com nossos Filhos” foi realizado para homenagear os filhos que partiram cedo demais; vítimas da violência, de erros médicos; latrocínio, homicídio e os manifestantes pediam, através de um abaixo-assinado, “Pelo fim da Impunidade”, mudanças no código penal brasileiro e fixaram quase 100 cruzes com fotos das vítimas da violência na areia da praia de Ocian, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

Alguns casos são conhecidos dos moradores da Baixada Santista, como o da filha de Wilson Araujo, que morreu em São Vicente. “A Emily foi assassinada em maio de 2007, vítima de quatro menores de idade que tentaram roubar a máquina fotográfica que ela tinha na mão na garagem de casa”, contou ele.

Pessoas vieram de diferentes partes do país para que certos crimes não sejam esquecidos. “Meu filho tinha 10 anos e um menor foi colocado na escola dele pelo Conselho Tutelar. O menino já tinha sete passagens, já tinha sido expulso de escola. Em 27 de maio de 2002, o pai do menino veio buscar o meu lá em casa para brincar e eu deixei porque eu não sabia da história do menino. Ele deixou eles sozinhos. O menino deu uma surra no meu filho, uma facada nas costas e um tiro de espinguarda no pescoço”, conta Elisabeth Metynoski, mãe de Giorgio Renan, vítima de Curitiba, no Paraná.

Outros casos ficaram conhecidos nacionalmente. ”Um psicopata em Realengo invadiu a escola, com duas armas, cheio de munição e alvejou várias crianças. Dessas, 12 foram fatais, 11 feridas e 1 milhão chorando”, falou André Machado, pai de Luíza Paula uma das vítimas da tragédia em Realengo, no Rio de Janeiro.

Também estiverem presentes familiares do jovem campineiro assassinado em dezembro passado em uma churrascaria do Guarujá.” A solução pra gente seria ter o meu irmão de volta, a gente espera pelo menos que eles paguem judicialmente tudo o que eles devem, que a gente consiga mudar as leis para que outras pessoas não estejam aqui...como esse monte de cruz”, falou Valéria Sampaio, irmã de Mário Sampaio.

Algumas pessoas que estavam curtindo o dia na praia também se juntaram ao grupo. Elas rezaram, cantaram, se emocionaram e também assinaram o abaixo assinado para que o Congresso Brasileiro repense o Código Penal do país. 

A homenagem foi organizada pela ONG ‘Justiça é o que se busca’, que tem o papel de dar apoio às pessoas que perdem parentes por causa da violência. "Nós acompanhamos os casos do começo ao fim. Indicamos advogados, encaminhados para psicólogos, procuramos dar apoio, um ombro amigo”, disse a presidente da ONG, Sandra Domingues.

  
 
 
 
 Por Sandra Domingues, com informações do G1

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